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A Grande Cidade e o Apocalipse 11

By No Tempo do Fim

 E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado. Apoc 11:8.

Quando em 1796, o papa Pio VI foi levado ao exílio pelo general de Napoleão, Berthier, a Europa foi sacudida, pois o poder temporal dos papas chegara ao fim como havia sido profetizado por Daniel (7:25). Uma outra profecia chegaria mais tarde ao seu tempo (1840) com a queda do Império Otomano profetizado pela quinta trombeta do Apocalipse 9:5; 15 (uma hora, e um dia, e um mês e um ano). A exatidão destas profecias deu um novo impulso aos estudos das profecias, isto em um tempo em que o ateísmo estava devorando a própria vitalidade do cristianismo...

O que João relata neste capítulo 11 do Apocalipse é justamente esta batalha entre a Bíblia e o ateísmo. Esta batalha teve o seu clímax na Revolução Francesa, no entanto, pode ter sido apenas uma escaramuça em relação ao que nos espera os acontecimentos finais pouco antes da volta do nosso Senhor Jesus.

Esta terrível revolução (Armagedom – Apoc 16:16) culmina-se com a queda da sétima praga que é justamente sobre a Grande Cidade. João relata este acontecimento final nas seguintes palavras:

O sétimo anjo derramou a sua taça no ar; e saiu uma grande voz do santuário, da parte do trono, dizendo: Está feito. E houve relâmpagos e vozes e trovões; houve também um grande terremoto, qual nunca houvera desde que há homens sobre a terra, terremoto tão forte quão grande; e a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e Deus lembrou-se da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira. Todas ilhas fugiram, e os montes não mais se acharam. E sobre os homens caiu do céu uma grande saraivada, pedras quase do peso de um talento; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraivada; porque a sua praga era mui grande. Apoc 16:17-21.

Mas quem é esta Grande Cidade? Antes de identificarmos quem é esta Grande Cidade temos que identificarmos as vítimas desta Grande Cidade que são as Duas Testemunhas Mártires (Apoc 11:8). Alguns, tem visto nestas testemunhas algo como literal e acabam por sugerir que são Moises e Elias. No entanto, o vs 4 deste capítulo nos aponta para duas oliveiras e dois castiçais em clara referencia a Zacarias 4:11-14 como sendo a Palavra de Deus e a Palavra de Deus é sem dúvida uma luz como nos afirma o Salmo 119:105 e 130 - Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho... A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples.

Jesus, em seu ministério terrestre nos deu testemunho de que as Escrituras é que dEle testificam (Mat 5:39) e em clara referencia à Bíblia afirmou que: E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. (Mat 24:14). Portanto, escriturísticamente, as Duas Testemunhas Mártires é a Bíblia em suas duas grandes divisões> O Velho e o Novo Testamento.

E, quando que o Velho e o Novo Testamento foram vestidos de sacos? Em verdade este é mais um símbolo; porém um símbolo de uma realidade literal, como TODO o Apocalipse! E, neste caso, é importante sabermos que vestir-se de sacos é um símbolo de penitência ou tristeza como nos atos demonstrados em toda a Bíblia nas grandes tragédias.

Lembremo-nos que o Velho e o Novo Testamento foram praticamente silenciados primeiro pela grande apostasia dentro da igreja, conhecida pelo período da idade média – 1260 anos do poder papal de 538 d.C. (primeiro papa com poder absoluto sobre os demais bispos) a 1.798 d.C. (prisão e morte de Pio VI) e que corresponde ao Cavalo Esverdeado do Apoc 6:7,8. e, em segundo lugar, no auge da apostasia, na FRANÇA napoleônica, mais exatamente durante a Revolução Francesa onde Reis caíram e deu-se o governo  popular do parlamento.

Nestes dias todas as formas de governos conhecidos fora abolidos e postos por terra toda a moral... O casamento indissolúvel perante o Criador tornou-se apenas um contrato social (o atual casamento “no civil”) que podia ser cancelado a qualquer momento, sem razões morais satisfatórias. A Assembléia Francesa declarou que DEUS não existia e toda a Grande Cidade (Paris) dançou em júbilo pelo decreto!

Mais do que nunca o simbolismo do Egito e Sodoma valia para a França neste período. Porém os versos do Apocalipse 11 nos diz: ... onde também o seu Senhor foi crucificado! Isto também foi cumprido pela França. Na perseguição que a França infligiu aos que professavam Jesus, o Messias, crucifixou a Cristo na pessoa de Seus discípulos. Veja os relatos a seguir:

Contudo, o mais ediondo do negro catálogo de crimes, a mais horrível entre as ações diabólicas de todos os hediondos séculos, foi o massacre de São Bartolomeu. O mundo ainda recorda com estremecimento de horror as cenas daquele assalto covardíssimo e cruel. O rei da França, com quem sacerdotes e prelados romanos insistiram, sancionou a hedionda obra. Um sino badalando à noite dobres fúnebres, foi o sinal para o morticínio. Milhares de protestantes que dormiam tranqüilamente em suas casas, confiando na honra empenhada de seu rei, eram arrastados para fora sem aviso prévio e assassinados a sangue frio.

Como Cristo fora o chefe invisível de Seu povo ao ser tirado do cativeiro egípcio, assim foi Satanás o chefe invisível de seus súditos na horrível obra de multiplicar os mártires. Durante sete dias perdurou o massacre em Paris, sendo os primeiros três com inconcebível fúria. E não se limitou unicamente à cidade, mas por ordem especial do rei estendeu-se a todas as províncias e cidades onde se encontravam protestantes. Não se respeitava nem idade nem sexo. Não se poupava nem a inocente criancinha, nem o homem de cabelos brancos. Nobres e camponeses, velhos e jovens, mães e filhos, eram juntamente abatidos. Por toda a França a carnificina durou dois meses. Pereceram setenta mil da legítima flor da nação.

"Quando as notícias do massacre chegaram a Roma, a exultação entre o clero não teve limites. O cardeal de Lorena recompensou o mensageiro com mil coroas; o canhão de Santo Ângelo reboou em alegre salva; os sinos tangeram em todos os campanários; fogueiras festivas tornaram a noite em dia; e Gregório XIII, acompanhado dos cardeais e outros dignitários eclesiásticos, foi, em longa procissão, à igreja de São Luís, onde o cardeal de Lorena cantou o Te Deum. … Uma medalha foi cunhada para comemorar o massacre, e no Vaticano ainda se podem ver três quadros de Vasari descrevendo o ataque ao almirante, o rei em conselho urdindo a matança, e o próprio morticínio. Gregório enviou a Carlos a Rosa de Ouro; e quatro meses depois da carnificina, … ouviu complacentemente ao sermão de um padre francês, … que falou daquele ‘dia tão cheio de felicidade e regozijo, em que o santíssimo padre recebeu a notícia, e foi em aparato solene dar graças a Deus e a São Luís’." – O Massacre de São Bartolomeu, de Henry White.

O mesmo espírito sobrenatural que instigou o massacre de São Bartolomeu, dirigiu também as cenas da Revolução. Foi declarado ser Jesus Cristo um impostor e o grito de zombaria dos incrédulos franceses era: "Esmagai o Miserável!" querendo dizer Cristo. Blasfêmia que desafiava o Céu e abominável impiedade iam de mãos dadas, e os mais vis dentre os homens, os mais execráveis monstros de crueldade e vício, eram elevados aos mais altos postos. Em tudo isto, prestava-se suprema homenagem a Satanás, enquanto Cristo, em Seus característicos de verdade, pureza e amor abnegado, era crucificado.

"A besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e os vencerá, e os matará." O poder ateísta que governou na França durante a Revolução e reinado do terror, desencadeou contra Deus e Sua santa Palavra uma guerra como jamais o testemunhara o mundo. O culto à Divindade fora abolido pela Assembléia Nacional. Bíblias eram recolhidas e publicamente queimadas com toda a manifestação de escárnio possível. A lei de Deus era calcada a pés. As instituições das Escrituras Sagradas, abolidas. O dia de repouso semanal foi posto de lado, e em seu lugar cada décimo dia era dedicado à orgia e blasfêmia. O batismo e a comunhão foram proibidos. E anúncios afixados visivelmente nos cemitérios, declaravam ser a morte um sono eterno.

Disseram estar o temor de Deus tão longe do princípio da sabedoria que era o princípio da loucura. Todo culto foi proibido, exceto o da liberdade e do país. O "bispo constitucional de Paris foi obrigado a desempenhar a parte principal na farsa mais impudente e escandalosa que já se levou à cena em face de uma representação nacional. … Em plena procissão foi ele empurrado a fim de declarar à Convenção que a religião por ele ensinada durante tantos anos, era, em todo o sentido, uma peça de artimanha padresca, destituída de fundamento tanto na História como na verdade sagrada. Negou em termos solenes e explícitos a existência da Divindade a cujo culto fora consagrado, dedicando-se, para o futuro, à homenagem da liberdade, igualdade, virtude e moralidade. Depôs então sobre a mesa os paramentos episcopais, recebendo fraternal abraço do presidente da Convenção. Vários padres apóstatas seguiram o exemplo deste prelado". – Scott.

"E os que habitam na Terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a Terra." A França incrédula fizera silenciar a voz reprovadora das duas testemunhas de Deus. A Palavra da verdade jazeu morta em suas ruas, e os que odiavam as restrições e exigências da lei de Deus estavam jubilosos. Os homens publicamente desafiavam o rei dos Céus. Semelhantes aos pecadores da antiguidade, clamavam: "Como o sabe Deus? ou há conhecimentos no Altíssimo?" Sal. 73:11.

Com blasfema ousadia, que se diria incrível, disse um dos padres da nova ordem: "Deus, se existis, vingai Vosso nome injuriado. Eu Vos desafio! Conservais-Vos em silêncio; não ousais fazer uso de Vossos trovões. Quem depois disso crerá em Vossa existência?" – História, de Lacretelle, e História da Europa, de Alison. Que eco fiel é isto, da pergunta de Faraó: "Quem é o Senhor para que eu obedeça a Sua voz?" "Não conheço o Senhor!"

"Disse o néscio em seu coração: Não há Deus." Sal. 14:1. E declara o Senhor relativamente aos que pervertem a verdade: "A todos será manifesto o seu desvario." II Tim. 3:9. Depois que a França renunciou ao culto do Deus vivo, "o Alto e o Sublime que habita na eternidade", pouco tempo se passou até descer ela à idolatria degradante, pelo culto da deusa da Razão, na pessoa de uma mulher dissoluta. E isto na assembléia representativa da nação, e pelas suas mais altas autoridades civis e legislativas! Diz o historiador: "Uma das cerimônias deste tempo de loucuras permanece sem rival pelo absurdo combinado com a impiedade. As portas da convenção foram abertas de par em par a uma banda de música, seguida dos membros da corporação municipal, que entraram em solene procissão, cantando um hino de louvor à liberdade e escoltando, como o objeto de seu futuro culto, uma mulher coberta com um véu, a quem denominavam a deusa da Razão. Levada à tribuna, tirou-se-lhe o véu com grande pompa, e foi colocada à direita do presidente, sendo por todos reconhecida como dançarina de ópera. … A essa pessoa, como mais apropriada representante da razão a que adoravam, a Convenção Nacional da França prestou homenagem pública.

"Essa momice, ímpia e ridícula, entrou em voga; e o instituir a deusa da Razão foi repetido e imitado, por todo o país, nos lugares em que os habitantes desejavam mostrar-se à altura da Revolução." – Scott.

Disse o orador que apresentou o culto da Razão: "Legisladores! O fanatismo foi substituído pela razão. Seus turvos olhos não poderiam suportar o brilho da luz. Neste dia, imenso público se congregou sob aquelas abóbadas góticas que, pela primeira vez, fizeram ecoar a verdade. Ali, os franceses celebraram um único culto – o da Liberdade, o da Razão. Ali formularam votos de prosperidade às armas da República. Ali abandonamos ídolos inanimados para seguir a Razão, esta imagem animada, a obra-prima da Natureza." – História da Revolução Francesa, de Thiers, vol. 2, págs. 370 e 371.

Ao ser a deusa apresentada à Convenção, o orador tomou-a pela mão e, voltando-se à assembléia, disse: "Mortais, cessai de tremer perante os trovões impotentes de um Deus que vossos temores criaram. Não reconheçais, doravante, outra divindade senão a Razão. Ofereço-vos sua mais nobre e pura imagem; se haveis de ter ídolos, sacrificai apenas aos que sejam como este. … 67tCaí perante o augusto Senado da Liberdade, ó Véu da Razão! …

"A deusa, depois de ser abraçada pelo presidente, foi elevada a um carro suntuoso e conduzida, por entre vasta multidão, à catedral de Notre Dame para tomar o lugar da Divindade. Ali foi ela erguida ao altar-mor e recebeu a adoração de todos os presentes." – Alison.

Não muito depois, seguiu-se a queima pública da Escritura Sagrada. Em uma ocasião, "a Sociedade Popular do Museu" entrou no salão da municipalidade, exclamando: "Vive La Raison!" e carregando na extremidade de um mastro os restos meio queimados de vários livros, entre os quais breviários, missais, e o Antigo e Novo Testamentos, livros que "expiavam em grande fogo", disse o presidente, "todas as loucuras que tinham feito a raça humana cometer". – Journal de Paris, 14 de novembro de 1793 (nº 318).

Foi o papado que começara a obra que o ateísmo estava a completar: A política de Roma produzira aquelas condições sociais, políticas e religiosas, que estavam precipitando a França na ruína. Referindo-se aos horrores da Revolução, dizem escritores que esses excessos devem ser atribuídos ao trono e à igreja. Com estrita justiça devem ser atribuídos à igreja. O papado envenenara a mente dos reis contra a Reforma, como inimiga da coroa, elemento de discórdia que seria fatal à paz e harmonia da nação. Foi o gênio de Roma que por este meio inspirou a mais espantosa crueldade e mortificante opressão que procediam do trono.

O espírito de liberdade acompanhava a Bíblia. Onde quer que o evangelho era recebido, despertava-se o povo. Começavam os homens a romper as algemas que os haviam conservado escravos da ignorância, vício e superstição. Começavam a pensar e agir como homens. Os monarcas, ao verem isto, temeram pelo seu despotismo.

Roma não foi tardia em inflamar seus ciosos temores. Disse o papa ao regente da França em 1525: "Esta mania [o protestantismo], não somente confundirá e destruirá a religião, mas todos os principados, nobreza, leis, ordens e classes juntamente." – História dos Protestantes da França, G. de Félice. Poucos anos mais tarde um núncio papal advertiu ao rei: "Majestade, não vos enganeis. Os protestantes subverterão toda a ordem civil e religiosa. … O trono está em tão grande perigo como o altar. … A introdução de uma nova religião deve necessariamente introduzir novo governo." – História da Reforma no Tempo de Calvino, D’Aubigné. E os teólogos apelavam para os preconceitos do povo, declarando que a doutrina protestante "instiga os homens à novidade e loucura; despoja o rei da dedicada afeição de seus súditos e devasta tanto a Igreja como o Estado". Assim Roma conseguiu predispor a França contra a Reforma. "Foi para manter o trono, preservar os nobres e conservar as leis, que pela primeira vez se desembainhou na França a espada da perseguição." – Wylie.

Mal imaginavam os governantes do país os resultados daquela política fatal. O ensino da Escritura Sagrada teria implantado no espírito e no coração do povo os princípios de justiça, temperança, verdade, eqüidade e benevolência, que são a própria pedra basilar da prosperidade da nação. "A justiça exalta as nações." Donde, "com justiça se estabelece o trono". Prov. 14:34; 16:12. "O efeito da justiça será paz, e a operação da justiça repouso e segurança, para sempre." Isa. 32:17. O que obedece à lei divina é o que melhor respeitará e obedecerá às leis de seu país. O que teme a Deus honrará ao rei no exercício de toda a autoridade justa e legítima. Mas a desditosa França proibiu a Bíblia e condenou seus discípulos. Século após século, homens de princípios e integridade, homens de agudeza intelectual e força moral, que tinham coragem de confessar suas convicções e fé para sofrer pela verdade, sim, durante séculos esses homens labutaram como escravos nas galeras, pereceram na fogueira, ou apodreceram nas celas das masmorras. Milhares e milhares encontraram segurança na fuga; e isto continuou por duzentos e cinqüenta anos depois do início da Reforma.

Quase não houve geração de franceses, durante esse longo período, que não testemunhasse os discípulos do evangelho fugindo diante da fúria insana do perseguidor, levando consigo a inteligência, as artes, a indústria, a ordem, nas quais, em regra, grandemente se distinguiam, para o enriquecimento das terras em que encontravam asilo. E à medida que enchiam outros países com esses valiosos dons, privavam deles o seu próprio país. Se tudo que então foi repelido se houvesse conservado na França; se, durante esses trezentos anos, a habilidade industrial dos exilados tivesse estado a cultivar seu solo; se durante esses trezentos anos, seu pendor artístico tivesse estado a aperfeiçoar suas indústrias; se durante esses três séculos, seu gênio inventivo e poder analítico tivessem estado a enriquecer sua literatura e a cultivar sua ciência; se a sabedoria deles estivesse a guiar seus conselhos, a bravura a pelejar em suas batalhas e a eqüidade a formular suas leis, e estivesse a religião da Bíblia a fortalecer o intelecto e a governar a consciência de seu povo, que glória não circundaria hoje a França! Que país grandioso, próspero e feliz – modelo das nações não teria ela sido!

"Mas o fanatismo cego baniu de seu solo todo ensinador da virtude, todo campeão da ordem, todo defensor honesto do trono, dizendo aos homens que teriam dado ao país ‘renome e glória’ na Terra: Escolhei o que quereis: a fogueira ou o exílio. "Finalmente a ruína do Estado foi completa; não mais restavam consciências para serem proscritas; não mais religião para arrastar-se à fogueira; não mais patriotismo para ser desterrado." – Wylie. E a Revolução, com todos os seus horrores, foi o tremendo resultado.

"Com a fuga dos huguenotes, um declínio geral baixou sobre a França. Florescentes cidades manufatureiras caíram em decadência; férteis distritos voltaram a sua natural rusticidade; embotamento intelectual e decadência moral sucederam-se a um período de desusado progresso. Paris tornou-se um vasto asilo de mendicidade, e calcula-se que, ao romper a Revolução, duzentos mil pobres reclamavam caridade das mãos do rei. Somente os jesuítas floresciam na nação decadente, e governavam com terrível tirania sobre escolas e igrejas, prisões e galés."

O evangelho teria proporcionado à França a solução dos problemas políticos e sociais que frustravam a habilidade de seu clero, seu rei e seus legisladores, e que finalmente mergulharam a nação na anarquia e ruína. Sob o domínio de Roma, porém, o povo tinha perdido as benditas lições do Salvador acerca do sacrifício e amor abnegado. Tinham sido afastados da prática da abnegação em favor dos outros. Os ricos não haviam recebido repreensão alguma por sua opressão aos pobres; estes, nenhum auxílio pela sua servidão e degradação. O egoísmo dos abastados e poderosos se tornou mais é mais visível e opressivo. A cobiça e a dissolução dos nobres, durante séculos, tiveram como resultado a esmagadora extorsão para com os camponeses. Os ricos lesavam os pobres, e estes odiavam aqueles.

Em muitas províncias as propriedades eram conservadas pelos nobres, sendo as classes trabalhadoras apenas arrendatárias; achavam-se à mercê dos proprietários e obrigados a sujeitar-se às suas exigências escorchantes. O encargo de sustentar tanto a Igreja como o Estado recaía sobre as classes média e baixa, pesadamente oneradas pelas autoridades civis e pelo clero. "O capricho dos nobres arvorava-se em lei suprema; os lavradores e camponeses podiam perecer de fome sem que isso comovesse os opressores. … O povo era obrigado a consultar sempre o interesse exclusivo do proprietário. A vida dos trabalhadores agrícolas era de labuta incessante e miséria sem alívio; suas queixas, se é que ousavam queixar-se, eram tratadas com insolente desprezo. Os tribunais de justiça ouviam sempre ao nobre de preferência ao camponês; os juízes aceitavam abertamente o suborno, e o mais simples capricho da aristocracia tinha força de lei, em virtude deste sistema de corrupção universal. Dos impostos extorquidos do povo comum, pelos magnatas seculares de um lado e pelo clero do outro, nem a metade sequer tinha acesso ao tesouro real ou episcopal; o resto era desbaratado em condescendências imorais. E os mesmos homens que assim empobreciam seus compatriotas, estavam isentos de impostos, e, pela lei e costumes, com direitos a todos os cargos do Estado. Os membros das classes privilegiadas orçavam por uns cento e cinqüenta mil, e para a satisfação delas, milhões estavam condenados a levar uma vida de degradação irremediável."

A corte achava-se entregue ao luxo e à libertinagem. Pouca confiança existia entre o povo e os governantes. Prendia-se a todos os atos do governo a suspeita de serem mal-interpretados e egoístas. Durante mais de meio século antes do tempo da Revolução, o trono foi ocupado por Luís XV que, mesmo naqueles maus tempos, se distinguiu como monarca indolente, frívolo e sensual. Com uma aristocracia depravada e cruel, uma classe inferior empobrecida e ignorante, achando-se o Estado em embaraços financeiros, e o povo exasperado, não se necessitava do olhar de profeta para prever uma iminente e terrível erupção. Às advertências de seus conselheiros estava o rei acostumado a responder: "Procurai fazer com que as coisas continuem tanto tempo quanto eu provavelmente possa viver; depois de minha morte, seja como for." Era em vão que se insistia sobre a necessidade de reforma. Ele via os males, mas não tinha nem a coragem nem a força para enfrentá-los. Sua resposta indolente e egoísta sintetizava, com verdade, a sorte que aguardava a França: "Depois de mim, o dilúvio!"

Valendo-se dos ciúmes dos reis e das classes governantes, Roma os influenciara a conservar o povo na escravidão, bem sabendo que o Estado assim se enfraqueceria, tendo por este meio o propósito de firmar em seu cativeiro tanto príncipes como o povo. Com política muito previdente, percebeu que, para escravizar os homens de modo eficaz, deveria algemar-lhes a alma; que a maneira mais certa de impedi-los de escapar de seu cativeiro era torná-los incapazes de libertar-se. Mil vezes mais terrível do que o sofrimento físico que resultava de sua política, era a degradação moral. Despojado da Escritura Sagrada, e abandonado ao ensino do fanatismo e egoísmo, o povo estava envolto em ignorância e superstição, submerso no vício, achando-se, assim, completamente inapto para o governo de si próprio.

Mas a conseqüência de tudo isto foi grandemente diversa do que Roma tivera em mira. Em vez de manter as massas populares em submissão cega aos seus dogmas, sua obra teve como resultado, torná-las incrédulas e revolucionárias. Desprezavam o romanismo como uma artimanha do clero. Consideravam-no como um partido que as oprimia. O único deus que conheciam era o deus de Roma; seu ensino era a única réligião que professavam. Consideravam sua avidez e crueldade como os legítimos frutos da Bíblia, da qual nada queriam saber.

Roma tinha representado falsamente o caráter de Deus e pervertidos os Seus mandamentos e agora os homens rejeitavam tanto a Escritura Sagrada como seu Autor. Exigira fé cega nos seus dogmas, sob o pretenso apoio das Escrituras. Na reação, Voltaire e seus companheiros puseram inteiramente de lado a Palavra de Deus, disseminando por toda parte o veneno da incredulidade. Roma calcara o povo sob seu tacão de ferro; agora as massas, degradadas e embrutecidas, ao revoltarem-se contra a tirania, arrojaram de si toda a restrição. Enraivecidos com o disfarçado embuste a que durante tanto tempo haviam prestado homenagem, rejeitaram a um tempo a verdade e a falsidade; e erroneamente tomando a libertinagem pela liberdade, os escravos do vício exultaram em sua liberdade imaginária.

No início da Revolução foi, por concessão do rei, outorgada ao povo uma representação mais numerosa do que a dos nobres e do clero reunidos. Assim a balança do poder estava em suas mãos; mas não se achavam preparados para fazer uso deste poder com sabedoria e moderação. Ávidos de reparar os males que tinham sofrido, decidiram-se a empreender a reconstrução da sociedade. Uma turba ultrajada, cujo espírito estava de há muito repleto de dolorosas lembranças, resolveu sublevar-se contra aquele estado de miséria que se tornara insuportável, vingando-se dos que considerava como responsáveis por seus sofrimentos. Os oprimidos puseram em prática a lição que tinham aprendido sob a tirania, e tornaram-se os opressores dos que os haviam oprimido.

A desditosa França ceifou em sangue a colheita do que semeara. Terríveis foram os resultados de sua submissão ao poder subjugador de Roma. Onde a França, sob a influência do romanismo, acendera a primeira fogueira ao começar a Reforma, erigiu a Revolução a sua primeira guilhotina. No local em que os primeiros mártires da fé protestante foram queimados no século XVI, as primeiras vítimas foram guilhotinadas no século XVIII. Rejeitando o evangelho que lhe teria trazido cura, a França abrira a porta à incredulidade e ruína. Quando as restrições da lei de Deus foram postas de lado, verificou-se que as leis dos homens eram impotentes para sustar a avassalante onda da paixão humana; e a nação descambou para a revolta e anarquia. A guerra contra a Bíblia inaugurou uma era que se conserva na História Universal como "o reinado do terror". A paz e a felicidade foram banidas dos lares e do coração dos homens. Ninguém se achava seguro. O que hoje triunfava era alvo de suspeitas e condenado amanhã. A violência e a cobiça exerciam incontestável domínio.

Rei, clero e nobreza foram obrigados a submeter-se às atrocidades do povo excitado e enlouquecido, cuja sede de vingança subiu de ponto com a execução do rei; e os que haviam decretado sua morte logo o seguiram no cadafalso. Foi ordenado um morticínio geral de todos os que eram suspeitos de hostilizar a Revolução. As prisões estavam repletas, contendo em certa ocasião mais de duzentos mil prisioneiros. Multiplicavam-se nas cidades do reino as cenas de horror. Um partido dos revolucionários era contra outro, e a França tornou-se um vasto campo de massas contendoras, dominadas pela fúria das paixões. "Em Paris, tumulto sucedia a tumulto, e os cidadãos estavam divididos numa mistura de facções, que não pareciam visar coisa alguma a não ser a exterminação mútua." E para aumentar a miséria geral, a nação envolveu-se em prolongada e devastadora guerra com as grandes potências da Europa. "O país estava quase falido, o exército a clamar pelos pagamentos em atraso, os parisienses passando fome, as províncias assoladas pelos ladrões, e a civilização quase extinta em anarquia e licenciosidade."

Muito bem havia o povo aprendido as lições de crueldade e tortura que Roma tão diligentemente ensinara. Chegara finalmente o dia da retribuição. Não eram mais os discípulos de Jesus que se arrojavam nas masmorras e arrastavam à tortura. Havia muito tempo que esses tinham perecido, ou sido expulsos para o exílio. Roma, sentia agora o poder mortífero daqueles a quem havia ensinado a deleitar-se nas práticas sanguinárias. "O exemplo de perseguição que o clero da França por tantos séculos dera abertamente, achava-se agora revertido contra ele mesmo com assinalado vigor. Os cadafalsos estavam tintos do sangue dos sacerdotes. As galés e prisões, que em outro tempo se povoaram de huguenotes, estavam agora repletas de seus perseguidores. Acorrentados ao banco ou labutando com os remos, o clero católico romano experimentou todas as desgraças que sua igreja tão livremente infligira aos benignos hereges." 

...Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. Apocalipse 6:9. 

"Vieram então os dias em que o mais bárbaro dos códigos foi posto em vigor pelo mais bárbaro dos tribunais; em que ninguém poderia saudar os vizinhos ou fazer orações … sem perigo de cometer um crime capital; em que espias se emboscavam de todos os lados; em que todas as manhãs a guilhotina funcionava em trabalho rápido e prolongado; em que as cadeias estavam tão cheias como um porão de navio de escravos; em que, nas sarjetas, o sangue corria espumante para o Sena. … Enquanto diariamente carradas de vítimas eram levadas ao seu destino através das ruas de Paris, os procônsules, a quem a comissão soberana enviara aos departamentos, recreavam-se extravagantemente com crueldade desconhecida mesmo na capital. O cutelo da máquina mortífera levantava-se demasiado vagarosamente para a obra de morticínio. Longas fileiras de prisioneiros eram ceifadas a metralha. Faziam-se rombos no fundo dos barcos repletos. Lyon se tornou um deserto. Em Arras, mesmo a cruel misericórdia de uma morte rápida era negada aos prisioneiros. Por toda a extensão do Loire de Saumur até à desembocadura no oceano, grandes bandos de corvos e milhanos banqueteavam-se nos cadáveres nus, juntamente irmanados em hediondos abraços. Não se mostrava misericórdia a sexo ou idade. O número de moços e moças de dezessete anos que foram assassinados por aquele governo execrável, deve ser computado às centenas. Criancinhas arrancadas dos seios eram arrojadas, de chuço em chuço, ao longo das fileiras jacobinas."

No curto espaço de dez anos, pereceram multidões de criaturas humanas.

Tudo isto foi como Satanás queria. Durante séculos se empenhara por consegui-lo. Sua política é o engano desde o princípio até ao fim, e seu propósito fixo é acarretar a desgraça e a miséria aos homens, desfigurar e aviltar a obra de Deus, desvirtuar os propósitos divinos de benevolência e amor, ocasionando assim o pesar no Céu. Então, por suas artes ilusórias, cega o espírito dos homens, induzindo-os a responsabilizar a Deus pelos males de sua obra, como se toda essa miséria fosse resultado do plano do Criador. De igual modo, quando os que foram degradados e embrutecidos pelo seu poder cruel alcançam a liberdade, ele os compele a excessos e atrocidades. Então este quadro de desenfreada licenciosidade é apontado pelos tiranos e opressores como ilustração dos resultados da liberdade.

Quando é descoberto o erro sob um aspecto, Satanás apenas o mascara sob disfarce diverso, e as multidões o recebem tão avidamente como a princípio. Quando o povo descobriu ser o romanismo um engano, e Satanás não pôde por este agente levá-lo à transgressão da lei de Deus, compeliu-o a considerar todas as religiões como fraude e a Escritura Sagrada como fábula; e, pondo de lado os estatutos divinos, entregaram-se a desenfreada iniqüidade.

O erro fatal que trouxe semelhante desgraça aos habitantes da França, foi a ignorância desta única e grande verdade: que a genuína liberdade reside dentro das prescrições da lei de Deus. "Ah! se tivesses dado ouvidos aos Meus mandamentos! Então seria a tua paz como o rio, e a tua justiça como as ondas do mar." "Os ímpios não têm paz, disse o Senhor." "Mas o que Me der ouvidos habitará seguramente, e estará descansado do temor do mal." Isa. 48:18 e 22; Prov. 1:33.

Ateus, incrédulos e apóstatas opunham-se à lei de Deus e acusavam-na; mas os resultados de sua influência provam que o bem-estar do homem se prende à obediência aos estatutos divinos. Os que não leram esta lição no Livro de Deus, são convidados a lê-la na história das nações.

Quando Satanás agiu mediante a igreja de Roma a fim de desviar os homens da obediência, fê-lo ocultamente e com disfarce tal, que a degradação e a miséria resultantes nem foram vistas como sendo o fruto da transgressão. E seu poder foi tão grandemente contrabalançado pela operação do espírito de Deus, que seus propósitos não lograram alcançar completa realização. O povo não ligava o efeito à causa, nem descobria a fonte de suas misérias. Na Revolução, porém, a lei de Deus foi abertamente posta de lado pelo Conselho Nacional. E no reinado do terror que se seguiu, todos puderam ver a operação de causa e efeito.

Quando a França publicamente rejeitou a Deus e pôs de parte a Escritura Sagrada, os homens ímpios e os espíritos das trevas exultaram com a consecução do objetivo havia tanto acalentado – um reino livre das restrições da lei de Deus. Porque a sentença contra uma obra má não fosse imediatamente executada, o coração dos filhos dos homens ficou "inteiramente disposto para praticar o mal". Ecl. 8:11. Mas da transgressão de uma lei justa e reta deve inevitavelmente resultar a miséria e ruína. Conquanto não fosse de pronto visitada com juízos, a impiedade dos homens estava, não obstante operando seguramente a sua condenação. Séculos de apostasia e crime tinham estado a acumular a ira para o dia da retribuição; e, quando se completou sua iniqüidade, os desprezadores de Deus aprenderam demasiado tarde que coisa terrível é haver esgotado a paciência divina. O moderador espírito de Deus, que põe limite ao poder cruel de Satanás, foi removido em grande medida, permitindo-se que realizasse a sua vontade aquele cujo único deleite consiste na miséria humana. Os que haviam escolhido servir à rebelião, foram deixados a colher seus frutos, até que a Terra se encheu de crimes demasiado horrendos para que a pena os descreva. Das províncias devastadas e cidades arruinadas ouviu-se um grito terrível – grito de amargurada angústia. A França foi abalada como se fosse por um terremoto. Religião, leis, ordem social, família, Estado, Igreja, tudo foi derribado pela mão ímpia que se insurgira contra a lei de Deus. Com verdade disse o sábio: "O ímpio cairá pela sua própria impiedade." "Ainda que o pecador faça mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, aos que temerem diante dEle. Mas ao ímpio não irá bem." Ecl. 8:12 e 13. "Aborreceram o conhecimento; e não preferiram o temor do Senhor"; "portanto, comerão, do fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos." Prov. 1:29 e 31.

As fiéis testemunhas de Deus, mortas pelo poder blasfemo que subiu "do abismo", não deveriam por muito tempo ficar em silêncio. "Depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram." Apoc. 11:11. Foi em 1793 que os decretos que aboliam a religião cristã e punham de parte a Escritura Sagrada, passaram na Assembléia francesa. Três anos e meio mais tarde foi adotada pelo mesmo corpo legislativo uma resolução que anulava esses decretos, concedendo assim tolerância às Escrituras. O mundo ficou estupefato ante a enormidade dos crimes que tinham resultado da rejeição das Escrituras Sagradas, e os homens reconheceram a necessidade da fé em Deus e em Sua Palavra como fundamento da virtude e moralidade. Diz o Senhor: "A quem afrontaste e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste os teus olhos ao alto? Contra o Santo de Israel." Isa. 37:23. "Portanto, eis que lhes farei conhecer, desta vez lhes farei conhecer a Minha mão e o Meu poder; e saberão que o Meu nome é o Senhor." Jer. 16:21.

Relativamente às duas testemunhas, declara o profeta ainda: "E ouviram uma grande voz do Céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao Céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram." Apoc. 11:12. Desde que a França fez guerra às duas testemunhas de Deus, elas têm sido honradas como nunca dantes. Em 1804 foi organizada a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Seguiram-se-lhe organizações semelhantes com numerosas filiais no continente europeu. Em 1816 fundou-se a Sociedade Bíblica Americana. Quando se formou a Sociedade Britânica, a Bíblia havia sido impressa e circulara em cinqüenta línguas. Desde então foi traduzida em mais de duas mil línguas e dialetos.

Durante os cinqüenta anos anteriores a 1792, pouca atenção se dera à obra das missões estrangeiras. Nenhuma nova sociedade se formou, e não havia senão poucas igrejas que faziam algum esforço para a propagação do cristianismo nas terras gentílicas. Mas pelo fim do século XVIII, grande mudança ocorreu. Os homens se tornaram descontentes com os resultados do racionalismo e compenetraram-se da necessidade da revelação divina e da religião experimental. Desde esse tempo a obra das missões estrangeiras tem atingido crescimento sem precedentes.

Os aperfeiçoamentos da imprensa deram impulso à obra da circulação da Escritura Sagrada. As ampliadas facilidades de comunicação entre os diferentes países, a ruína de antigas barreiras de preconceitos e exclusivismo nacional, e a perda do poder secular pelo pontífice de Roma, têm aberto o caminho para a entrada da Palavra de Deus. Há anos a Bíblia tem sido vendida sem restrições nas ruas de Roma, e atualmente está sendo levada a cada parte habitável do globo. O incrédulo Voltaire jactanciosamente disse certa vez: "Estou cansado de ouvir dizer que doze homens estabeleceram a religião cristã. Eu provarei que basta um homem para suprimi-la." Faz mais de um século que morreu. Milhões têm aderido à guerra contra a Escritura Sagrada. Mas tão longe está de ser destruída que, onde havia cem no tempo de Voltaire, há hoje dez mil, ou antes, cem mil exemplares do Livro de Deus. Nas palavras de um primitivo reformador, relativas à igreja cristã, a "Bíblia é uma bigorna que tem gasto muitos martelos". Disse o Senhor: "Toda a ferramenta preparada contra ti, não prosperará; e toda a língua que se levantar contra ti em juízo, tu a condenarás." Isa. 54:17.

"A Palavra de nosso Deus subsiste eternamente." "Fiéis [são] todos os Seus mandamentos. Permanecem firmes para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão." Sal. 111:7 e 8. O que quer que seja edificado sobre a autoridade do homem será destruído; mas subsistirá eternamente o que se acha fundado sobre a rocha da imutável Palavra de Deus.

 O que tem sido, isso é o que há de ser; e o que se tem feito, isso se tornará a fazer; nada há que seja novo debaixo do sol. Eclesiastes 1:9 

Séculos se passaram e a França, em sua apostasia continua a mesma... Duas nações dentro de um mesmo território. Os franceses sanguíneos e os franceses “gentios”.

Recentemente a nação recusou-se a votar a Nova Constituição Européia (UE) como um primeiro sinal de que algo não ia bem. Momentos antes  haviam legislado contra toda manifestação física das religiões, principalmente as de origem mulçumanas. No entanto nem mesmo o cristianismo escapou: Os trajes típicos das religiões do islã foram proibidos em locais públicos e o crucifixo cristão não mais foi permitido nas repartições públicas. Fortaleceu-se a discriminação social e a religiosa... Estava assim nascendo um cenário para a atual onda de violência.

Porém, as Escrituras deixam-nos claro que a Grande Cidade (Paris) tem um papel maligno nas cenas finais que antecedem ao Armagedom, onde as nações (Reis do Norte – ismaelitas) se congregam para destruir o Rei do Sul baseado em Israel. Isto podemos sentir que está muito próximo pelos sinais que a natureza (dores do parto) nos tem mostrado. Iniciou-se pelo Tsuname na Ásia; os Furações nos EUA e mais recentemente os Terremotos sobre o Paquistão... Os resultados tem sido milhares de mortos e muita destruição, mas o mais evidente tem sido a indiferença ao sofrimento humano que tem demonstrado aqueles que não são atingidos por estas calamidades.

O último papa foi indicado e o reinado do anti-cristo está se formando pois...

Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta. Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, os chamados, e eleitos, e fiéis. Disse-me ainda: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas. E os dez chifres que viste, e a besta, estes odiarão a prostituta e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo. Porque Deus lhes pôs nos corações o executarem o intento dele, chegarem a um acordo, e entregarem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é a Grande Cidade que reina sobre os reis da terra. Apocalipse 17:13-18

Amigo, Cristo está às portas... O que temos feito para recebê-Lo? Temos Lhe dado a devida honra?

Pois, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por Ele nós também. I Coríntios 8:5-6

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