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AS RAPOSAS GLOBAIS

(Como os Jesuítas conseguiram neutralizar a Reforma Protestante)           

    O objetivo da Ordem Jesuíta sempre foi destruir o Protestantismo e o conseguiu em parte,  através de modificações na Palavra de Deus, valendo-se do liberalismo dos pastores evangélicos, que foram sofrendo lavagem cerebral nas universidades inglesas e americanas – Cambridge, por exemplo – durante quase cinco séculos de penetração jesuíta nos países protestantes. Depois de promoverem tantas guerras, a fim de destruir o povo de Deus, os Jesuítas chegaram à conclusão de que, não conseguindo destruí-los pela força, iriam usar um método mais suave – o da penetração – que acabaria trazendo o Ecumenismo aos países protestantes, liquidando sua resistência às heresias do Catolicismo Romano.  

    Em seu livro “Final Authority” (Cap. 13), sob o título “Entram os Jesuítas”,  o Dr. William P. Grady escreve sobre como se processou a penetração jesuíta com o objetivo de destruir a fé genuína dos países protestantes, que adotavam a Bíblia como sua regra de fé e prática de  vida. O Dr. Grady foi católico durante 22 anos e converteu-se a Jesus Cristo.  Hoje é um dos eruditos da Bíblia nos Estados Unidos.  

    O Dr. Grady afirma que houve intensa resistência de Satanás contra a Bíblia, o qual se valeu da meretriz de Apocalipse 17, a fim de conseguir o seu intento. As raposas que se encarregaram de destruir a vinha  de Cristo foram os Jesuítas, mestres do engodo e da corrupção. A Bíblia ia ser traduzida para o povo inglês, que teria em sua própria língua a Palavra de Deus e por isso logo surgiram os problemas causados pelos inimigos do verdadeiro Evangelho de Cristo. Vamos transmitir as palavras do Dr. Grady à nossa maneira, certos de que Deus nos ajudará a interpretá-las da melhor maneira possível. Fala agora, textualmente, o Dr. Grady:  

    “Com o projeto de tradução da Bíblia já se materializando, logo se fizeram sentir tremores no sentido de abalar a execução dessa obra. Em 26/10/1605, uma carta anônima foi entregue a Lord Chamberlain, em Monteagle, aconselhando-o a ficar longe da sessão de abertura do Parlamento Britânico,  em 05/11/1605, a qual já havia sido adiada muitas vezes. Nessa ocasião o Rei Tiago, sua família e todo o corpo parlamentar deveriam estar reunidos, no Palácio de Westminster.  

    A tal carta logo foi entregue ao Ministro Chefe, Robert Cecil, Primeiro Duque de Sallisbury, o qual, por sua vez, mostrou-a ao Rei Tiago numa audiência especial à meia noite. Logo foi iniciada uma importante investigação para verificar a veracidade da ameaça.  

    Desconhecido do Rei,  quatro católicos romanos, constituído de Thomas Winter, Thomas Percy, John Wright e Guy Fawkes, o qual era dirigido por outro papista, Robert Catesby (1), havia feito um pacto no sentido de assassinar o Rei Tiago e todos os membros da Casa dos Comuns. Esse juramento fora selado com um solene recebimento da “santa comunhão” servida pelo padre jesuíta John Gerhard (2). Exércitos já haviam sido contrabandeados, a partir de Flandres, para facilitar o deflagrar de uma revolução aberta, logo que o Rei fosse assassinado. Esses mercenários foram conseguidos por um amplo círculo de conspiradores, entre os quais se incluía Sir Edward Digby e Francis Tresham (3).  

    “... Após combinar com dois Jesuítas envolvidos, o Pe. Oswald Greenway (através do confessionário) e o Pe. Henry Garnet, o Provincial dos Jesuítas ingleses, ficou decidido um novo plano para diminuir a desnecessária carnificina. Na manhã em que se desenrolaria a conspiração deveriam ser enviadas mensagens urgentes aos membros pró-católicos do Parlamento, a fim de que se retirassem da rota perigosa. A nota de Monteagle era uma das tais admoestações e fora enviada a Lord Chamberlain pelo seu parente católico, Francis Tresham.  

    Na madrugada do dia 05/11/1605, os agentes de segurança britânicos notaram a presença suspeita  de Guy Fawkes (também conhecido como Guido Fawkes), um soldado católico, o qual estava de guarda, do lado de fora da porta da adega do Palácio de Westminster. Logo se processou uma rápida inspeção no conteúdo da adega, quando foi feita uma descoberta estarrecedora.  

    Escondidos sob uma pilha de ervas secas e carvão, colocados em baixo do local exato onde o Rei Tiago se posicionaria dentro de poucas horas, estavam trinta e seis barris de pólvora, que os perplexos membros do serviço secreto do Rei descobriram na inspeção. Uma caixa de madeira inflamável com fósforos foi encontrada no bolso de Fawkes (4). À uma hora da manhã Fawkes foi convocado a comparecer diante do Concelho Real do Palácio Whitehall, onde apareceu voluntariamente, expressando como única desculpa o fato de “haver ‘falhado’ em explodir o Rei escocês e seus seguidores escoceses, atirando-os de volta à Escócia, de onde vieram”  (5).  

    Durante a realização do julgamento, em 27/01/1606, descobriu-se que os conspiradores haviam conseguido uma casa ali perto e trabalhado dezesseis horas diárias, durante quase um ano, cavando um túnel no subsolo, tentando chegar ao Palácio. Para sua frustração, eles descobriram que os alicerces do muro ao redor tinha nove pés de espessura. Por  isso uma segunda rota foi conseguida através de uma propriedade adjacente (6).  

    Após a descoberta da conspiração, Catesby e Percy foram assassinados, ficando Fawkes e três outros conspiradores para enfrentar o tribunal britânico, os quais foram executados dentro cemitério da Igreja de São Paulo, na mesma semana. O ‘Dia de Guy Fawkes’ ainda hoje  é observado pelos católicos na Inglaterra.  

    Três meses depois foi convocado o julgamento do padre jesuíta Henry Garnet. É importante notar que o Pe. Garnet, como Guy Fawkes, fora criado na Igreja Anglicana. Mais uma sentença de morte foi imposta. Notem que os tradutores da Bíblia do Rei Tiago estavam encarregados da salvação  de almas humanas, o que levou Paine a fazer o sombrio comentário:  

    Durante o enforcamento de Garnet, no dia 03 de maio, John Overall, Deão da Igreja de São Paulo, tirou parte do seu precioso tempo como tradutor da Bíblia para estar presente ao enforcamento. De maneira muito solene e cristã, ele e o Deão de Westminster tentaram fazer com que Garnet ‘depositasse uma fé viva e verdadeira, voltando-se para Deus, fazendo uma declaração livre e aberta ao mundo do seu pecado, para descarregar sua consciência, demonstrando tristeza e arrependimento do seu pecado’. Contudo, Garret, firme em suas crenças, pediu que não o perturbassem. Depois que os homens terminaram o seu doloroso dever, enforcando e esquartejando a vítima, o Deão Overall regressou à Igreja, para continuar sua tarefa de traduzir a Bíblia  (7).  

    Após ter presenciado a macabra execução, Overall e sua equipe de tradutores do Velho Testamento, em Westminster, continuaram a traduzir, entre outros, o verso do 1 Samuel 10:24: Viva o Rei!  

    A aplicação para o pastor contemporâneo seguidor da Bíblia está muito clara. Qualquer pastor que se coloca a favor da Bíblia  deve encontrar também, mais cedo ou mais tarde, trinta e seis barris de pólvora sob os seus pés. Para o ganhador de almas que deseja testemunhar fielmente  fica a admoestação da 1 Coríntios 16:9: “Porque uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu; e há muitos adversários”. 

    Os fiéis corajosos ignoram as ameaças, dando preferência à injunção pastoral da 1 Timóteo 4:6:  “Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentando com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido”, combatendo a presença de uma igreja maligna marcada por doutrinas espúrias, como a do celibato e do jejum (1 Timóteo 4:3).

    O antagonismo atual visto nas pessoas nascidas de novo é altamente significativo. Não existe maior evidência para a atual apostasia da verdadeira fé cristã do que a crescente aceitação das heresias de Roma por cristãos que professam ter sido regenerados pelo sangue de Cristo. Essa frouxidão é um típico fenômeno atual. O Dr. Thomas Holland, tradutor senior do grupo Oxford, deixou escapar suas últimas palavras no leito de morte:  “Eu vos comando a amar a Deus,... e a superstição” (8) A própria Petição Milenar exigiu a supressão dos “usos papistas” no Livro de Oração Comum (9). Com esparsas referências a ‘Sua Santidade’, como sendo o homem do pecado, o Dr. Miles Smith não hesitou em admoestar, no prefácio do livro, contra os perigos dos “usos papais” no mesmo. (10).      

    Em seu livro “Global Peace and the Rise of the Antichrist”, Dave Hunt criticou a maior autoridade na área de família cristã que publicou um artigo identificando João Paulo II como ‘o mais eminente líder religioso que fala em nome de Cristo’.  (13)  

    Quando Dave Hunt entrou em contato com o quartel general de James Dobson para uma explicação, foi polidamente informado pelo departamento de relações públicas de que ‘o  Dr. Dobson é um psicólogo cristão, não um teólogo’. É bom saber que, ele é também um doleiro convicto pró-Vaticano e um comprometido de última hora.  

    Essa bajulação a Roma é especialmente infeliz, quando vista à luz da volumosa evidência documentando 15 séculos de carnificina realizada pelo Vaticano. [...]  

    Por exemplo, encontramos o nome Torquemada conspicuamente ausente, tanto no índice como na seção das dez páginas que tratam da “Santa Inquisição”, no Eerdmans’ Handbook to the History of Christianity (Manual da História do Cristianismo de Eerdmans (ps. 314-323). Com referência a esses assassinos foi declarado: ‘os inquisidores eram não apenas zelotes agitados... Muitos eram bem educados e devotados ao que eles consideravam ser o seu dever’.  (14)  

    Para descobrir quem eram esses assassinos católicos, devemos ler o “Foxe’s Book of Christian Martyrs of the World” (Livro dos Mártires de John Foxe) : 

    Torquemada foi um líder inquisidor até sua morte. Durante os 18 anos em que ele dirigiu o “Santo Ofício”, 10.220 pessoas foram queimadas vivas e 97.322 tiveram suas propriedades confiscadas ou foram aprisionadas de maneira inacreditável. Esses dados são de Llorente, historiador espanhol da Inquisição, o qual era bem qualificado para julgar com exatidão.  (15).  

    Por outro lado, a mesma publicação neo-evangélica dedica uma página inteira ao Papa João XXIII, creditando-o, entre outras coisas, com ‘profunda, senão, tradicional piedade’.  (16) Enquaanto isso,  o Massacre do Dia de S. Bartolomeu é relegado a meras 13 palavras, num lugar qualquer.  (17)  

    Com pelo menos dois historiadores alistados  entre os autores contribuintes, não nos surpreendemos  que o pessoal da Eerdmans’ prefira que você leia sobre a “bondade e testemunho” do papa João XXIII (18) a ler sobre o bárbaro massacre de mais de dez mil cristãos bíblicos huguenotes, realizado pelos católicos romanos sequiosos de sangue inocente, no dia 24/08/1572.  (19)  

    De todas as vítimas papais os Anabatistas foram alguns dos que mais sofreram. No ano de 1528, Carlos V, imperador fanaticamente católico do Sacro Império Romano (1550-1558), proclamou um edito transformando o “re-batismo” em crime capital. A Dieta de Speyer (de 1529) sancionou o decreto do imperador e ordenou que esses “hereges” fossem privados de qualquer processo judicial e imediata e sumariamente liquidados como “bestas selvagens”. Um historiador anabatista nos deixou um legado desse movimento:  

Alguns eram esquartejados; outros eram queimados até as cinzas e o pó; alguns eram assados em pilhas ou rasgados com garfões incandescentes... outros eram enforcados em árvores, decapitados com espadas e atirados na água... Alguns eram confinados a escuras prisões até à morte por inanição.. Alguns considerados jovens demais para a execução eram barbaramente açoitados e em seguida atirados em calabouços... Muitos tinham seus queixos perfurados... Os demais eram caçados de um país para o outro. Como corujas e corvos, que não se atreviam a voar durante o dia, freqüentemente eles eram forçados a se esconder e viver em rochas, fendas e florestas selvagens, ou em cavernas e despenhadeiros.  (20)  

    Contudo, numa última olhada ao caráter verdadeiramente demoníaco da “santa madre igreja”, vejamos o tratamento que ela dispensava aos seus próprios membros. No ano 897, o Papa Formoso foi levado a julgamento pelo Papa Estêvão VI, sob acusação de ter violado certas leis da Igreja. Como Formoso não podia falar, um diácono ficou de pé respondendo as acusações em nome do mudo acusado. O pior é que essa não foi uma ação judicial comum.  O que a tornou especial é que o acusado fora convocado diretamente do cemitério papal. Hibbert nos informa:  

    O cadáver foi vestido com as vestes papais, sentado num trono e levado a julgamento. Sendo considerado culpado de todas as acusações que lhe eram impingidas, foi despido das vestes papais. Os três dedos da mão direita, com os quais os papas abençoam, foram-lhe sumariamente decepados e seus restos mortais atirados ao Rio Tibre..  (21)  

    Quando chamados a prestar contas dessas atrocidades, os apologistas católicos invariavelmente se escondem atrás de retóricas, tais como: ”espírito da época” ou  “atos infelizes de uma era de trevas” etc. Que isso é pura bobagem pode ser comprovado através de um exame do sangue derramado pelos Católicos, em pleno século XX. Obras referentes ao assunto, como “The Vatican’s Holocaust”, de Avro Manhattan,  e “Convert ... or Die”, de Edmond Paris,  são vivos documentários de que a Igreja Católica liquidou mais de 800.000 Sérvios ortodoxos na Croácia católica durante os anos de 1940-45. Esses totais representam 40 vezes a conta fatídica da ‘Santa Inquisição’ e do ‘Massacre do Dia de S. Bartolomeu’  juntos.  

    Da próxima vez em que um católico iludido tentar desmentir sua herança assassina dizendo ser ‘coisa do passado’ peça-lhe para explicar o porquê de:  

250 camponeses sepultados vivos, no distrito sérvio de Bjelovar (22)  

2.000 crianças mortas com gás letal, no campo de concentração de Bosanska Gradiska (23)  

 Pai e filho crucificados juntos e em seguida queimados dentro de sua própria casa, em Mlinister (24)  

Mães e filhos, de até 3 anos, empalados na mesma estaca, em Gorevac (25)  

  Uma mãe forçada a segurar a bacia que recebia o sangue de seus quatro filhos, quando suas gargantas foram cortadas em Kosinj (26)  

  Uma mãe grávida tendo o bebê arrancado do seu útero e no lugar deste colocado um gato, no campo de concentração de Jasenovac (27) 1.360 prisioneiros tendo suas gargantas cortadas, numa só noite, por um só guarda (Peter Brzica), durante um sádico concurso de cortadores de gargantas, também em Jasenovac (28).  

  Esquartejamentos (29), degolamentos (30), coroas de espinho (31), facas graviso especializadas em cortar gargantas  (32), colares feitos de línguas e olhos humanos (33), confinamento de prisioneiros em quartos cheios de sangue até os joelhos, e 10 mil outras atrocidades coordenadas pelo arcebispo católico romano, Aloísio Stepinac, o qual rezou na abertura do Parlamento Croata, em fevereiro de 1942, pedindo que “o Espírito Santo descesse sobre as afiadas facas dos ustashis (exército católico de guerrilha) (35).  

  Conforme é sabido pelos que gostam de ler, o papado havia perdido quase a metade da Europa com a chegada da Imprensa de Guttemberg. Mc Clure sintetiza o assunto da seguinte maneira:  

    A impressão da Bíblia inglesa provara ser a barreira mais forte jamais edificada para conter o avanço do papado e para danificar-lhe os recursos. Originalmente programada para atingir 5 a 6 milhões de habitantes, nos limites das Ilhas Britânicas, a publicação logo se solidificou, firmando sua linguagem, atingindo até os antes não alcançados e continuando a avançar, desde então, por todas as ilhas e praias de todos os mares. (36)  

    Tendo alcançado possessões territoriais jamais imaginadas durante tantos séculos, o Vaticano não iria desistir de sua luta. Em destaque estava sua perene adesão aos negócios desta vida, conforme descrito em Apocalipse 18:12-13:  

    Mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérola, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata, e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore, e canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado, ovelhas, e de cavalos, de carros, de escravos, e até de almas humanas.  

    No sentido de reaver a sua “praça de mercado”, Roma se muniu de uma alta elite para-militar semelhante à unidade da Gestapo, a qual faria Himmler parecer um garoto de escola dominical. Deslanchando o que os historiadores chamam de Contra-Reforma, a infame Sociedade de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola, em 1534. Mais comumente conhecida como Ordem Jesuíta, seu juramentado objetivo tem sido reaver os “filhos” de volta a Roma, centralizando seus ataques no Textus Receptus e resultantes traduções inglesas.  

    Por causa dessa ânsia, além de anos de treinamento militar Inácio insistiu num arregimentado programa de disciplina, de auto-negação, e, acima de tudo, de cega lealdade ao papa. Compreensivelmente esse resultado desejado seria obtido através de intensos graus de lavagem cerebral. Boehmer escreve:  

    Inácio entendeu mais claramente do que qualquer outro líder de homens que a melhor maneira de erguer um homem até um certo ideal é se tornar senhor de sua mente. ‘Imbuímos dentro dele forças espirituais que ele terá dificuldade de eliminar mais tarde’. Forças mais duradouras do que os melhores princípios e doutrinas, essas forças podem emergir novamente à superfície, algumas vezes, após anos, mesmo não sendo mencionadas, tornando-se de tal modo imperativas que a vontade fica incapaz de se opor a qualquer obstáculo e é forçada a seguir o seu impulso irresistível. (37)  

    O exército que se dedicou à destruição da Bíblia  jamais cochilou durante a noite. Há quase 500 anos Loyola embarcou num programa que formaria o tipo atual de agente secreto, muito superior a tudo que o mundo já tem visto. Huber comenta:  

    A obediência militar não chega aos pés da obediência jesuíta. Está é mais ampla, pois se apossa do homem total e não se satisfaz, como a outra, com o ato exterior, mas exige o sacrifício da vontade e que seja deixado de lado o próprio julgamento. (38)  

    Exigindo que todos os soldados repitam centenas de vezes  que o seu general (também chamado de Papa Negro por causa de sua batina preta) não é outro senão o próprio Cristo, Inácio foi capaz de insistir em que os seus seguidores devem ver ‘preto como branco’, se a Igreja assim o declarar. (39). 

    A nova e impressionante Ordem de Loyola proveu Roma da necessária inspiração para embarcar no histórico Concílio de Trento (1545-1563). Era intenção da Igreja através desse Concílio reafirmar ao máximo a teologia medieval, ao mesmo tempo em que pronunciava anátemas sobre todos e quaisquer dissidentes. Algumas das mais notáveis declarações diziam respeito a:  

O reconhecimento do Velho Testamento apócrifo como inspirado.  

A aceitação das tradições da Igreja com autoridade igual à das Escrituras.  

A sanção oficial do purgatório.  

O repúdio à doutrina da salvação somente pela fé.  

Um trecho deste cânon assim declarava:  

    Se alguém disser que somente pela fé o ímpio é justificado, exatamente desse modo, e que nada mais é exigido... que seja anátema. Se alguém diz que Jesus Cristo foi entregue por Deus aos homens como redentor dos que nele confiam e também não como legislador dos que  obedecem... seja anátema.  (40)  

    De acordo com Loyola o propósito de sua Ordem era ‘promover a maior glória de Deus’. Isso poderia ser traduzido como a escravização de todo o planeta à indisputável autoridade do pontífice romano.  

    Os Jesuítas iniciaram sua tentativa de conquistar o mundo, estabelecendo ‘casas’ nas nações ainda favoráveis ao Catolicismo, como Itália, Portugal e Espanha. Tendo estabelecido sua frente doméstica, ‘missionários’ como Francisco Xavier (1506-1552) foram despachados para o Oriente e outras terras distantes, até então não atingidas por outra fé.  

    Contudo, a prioridade máxima dos Jesuítas era recapturar as nações perdidas para a Reforma Protestante. Os métodos empregados por esta Ordem clandestina são dignos de estudo, visto como o seu objetivo final ainda permanece em operação na América. O modus operandi da Sociedade Jesuíta pode ser delineado pelos seus seis estágios seguintes:  

      1) Educação. 2) Doutrinação. 3) Infiltração. 4) Sedição. 5) Sedação. 6) Perseguição.  

    A história dá testemunho de que a apropriação jesuíta começa invariavelmente com o estabelecimento de colégios e universidades exibindo até altos graus acadêmicos, a fim de atrair de uma nação em vista os aspirantes a eruditos. Esse estratagema inaugural de Educação não pode ser enfatizado demais. A apostasia é concebida sempre na sala de aula. Newman informa:  

         Eles descobriram muito cedo a vasta importância de liderar a mais alta educação como meio de ganhar o controle das vidas dos jovens mais habilitados e mais bem situados, fabricando servos intelectualmente treinados aos seus propósitos... A habilidade acentuada dos padres jesuítas, seus conhecimentos insuperáveis da natureza humana, sua afabilidade nas maneiras e sua notável adaptabilidade às idiossincrasias e circunstâncias de cada indivíduo, tornavam-nos praticamente irresistíveis uma vez que entrassem em íntimas relações com a juventude suscetível.  (41)  

         O livre pensador Francis Bacon (1556-1626) ficou tão impressionado com as escolas deles que disse: ‘Tal como são, gostaria que fôssemos nós’.  (42) Tendo iludido  o estudante  desavisado ao exibir uma incumbência  para excelência acadêmica, os professores jesuítas perdem pouco tempo em partir para o segundo estágio, que é a Doutrinação. Newman declara:  

    Sem dúvida, é provável que mais tempo tenha sido empregado em moldar os seus caracteres religiosos e morais em completa harmonia com os ideais da Sociedade do que em assegurar a maestria dos estudos.. Grande número dos jovens mais desejáveis que ingressaram em suas escolas, sem intenção alguma de se tornarem membros da sociedade, foram ganhos através do paciente esforço dos que deles ficaram encarregados.  (43) (N. T. Podemos ler sobre este assunto no capítulo 8 da “Monita” dos Jesuítas).  

         Com o abandono natural de vários classes graduadas, o terceiro estágio inevitável – a Infiltração – tem início.  Por causa do seu treinamento superior e abrasadora convicção, muitos dos melhores graduados logo vão ocupar posições de liderança no governo, no comércio e nas forças armadas. Newman prossegue:   

    Seu zelo proselitista os impulsiona às regiões adjacentes e, através do esforço, a ganhar de volta à fé católica os que tenham se envolvido em ‘heresia’. Comunidades inteiras foram reavidas em tempo incrivelmente curto.  (44). 

         Esta absorção na sociedade secular tem sido facilitada pela única isenção permitida à Ordem - o uso da vestimenta clerical. Edmond Paris comenta sobre esta espantosa ordem secreta:  

    O mesmo acontece hoje. Os trinta e três mil membros oficiais da Sociedade operam no mundo inteiro na capacidade do seu pessoal, como oficiais de um exército verdadeiramente secreto, contendo em suas fileiras chefes de partidos políticos, oficiais de altos escalões, generais, magistrados, físicos, professores de faculdade, etc.,  todos eles batalhando para realizar em sua própria esfera – a Opus Dei – em realidade os planos do papado.  (45)  

         A capacidade de se infiltrar com bastante sucesso tem se tornado possível através do quarto estágio – a Sedição. Um verdadeiro jesuíta é a personificação exata da I Timóteo 4:2:  

... Pela hipocrisia dos que falam mentiras e que tem cauterizada a própria consciência.  

    Boettner tem notificado que a palavra jesuítico entrou no dicionário como sinônimo de dissimulado e hipócrita (46).   

    Através dos séculos, os Jesuítas têm tornado claro que não hesitarão diante de coisa alguma, a fim de atingir os seus propósitos de subjugar o mundo inteiro ao Vaticano. Por causa de suas incríveis doutrinas de restrição mental e do probabilismo (uma opinião é considerada provável se determinada autoridade puder ser conseguida no sentido de apoiá-la), os Jesuítas podem se tornar confiáveis, até que sejam desmascarados.  

    Esse engodo foi instituído muito cedo em seu treinamento, quando foram treinados no sentido de:  

... Manter suas cabeças levemente inclinadas, sem movê-las para a direita nem para e esquerda. Não levantar a vista e quando falam com alguém não devem fixá-lo diretamente nos olhos, de modo a que sejam vistos apenas indiretamente (47).

    É na área da política mundial que os Jesuítas mais se destacam. Sua reputação em matéria de subterfúgio, espionagem, subversão e coisas piores é bem conhecida pelos estudantes sérios da história. Cinqüenta e uma expulsões documentadas dos Jesuítas pelos governos do mundo dão uma boa indicação de que os ‘missionários’ jesuítas fazem mais do que simplesmente distribuir folhetos.  (48)  

    De fato os filhos de Loyola são tão diabólicos que têm sido expulsos até mesmo de países fanaticamente católicos. Em 06.04.1762, a França lhes deu um ponta pé, descrevendo suas doutrinas como: perversas; destruidoras de todos os princípios religiosos e honestos; insultando a moral cristã; perniciosas à sociedade civil; hostis aos direitos da nação, ao poder real e à segurança dos soberanos e à obediência dos súditos; capazes de deflagrar os maiores distúrbios nos estados; de conceber e manter a pior espécie de corrupção nos corações humanos.  (49)  

    O segredo da longevidade dos Jesuítas em face a tão difundida resistência por parte dos governos tem sido a sua obstinação de entrar novamente nos países de onde foram expulsos, onde e quando isso for possível. Lamentando esse ressurgimento da atividade jesuíta, John Adams escreveu a Thomas Jefferson (N.T. 2º e 3º presidentes dos Estados Unidos), em 1816:  

    Não me sinto feliz com o renascimento dos jesuítas. Enxames deles se apresentarão sob os mais variados disfarces jamais usados até mesmo por um chefe dos boêmios, como impressores, escritores, publicadores, professores escolares, etc. Se já alguma vez uma associação de pessoas mereceu condenação eterna, neste mundo ou no outro,  essa é a Sociedade de Loyola.  

    De suas numerosas práticas sinistras nenhuma é tão chocante para homens e mulheres como a sanção jesuíta oficial ao assassinato político. Algumas linhas de Suarez trarão luz sobre a acrimônia de Adams:  

    É permitido a um indivíduo matar um tirano por causa do seu direito de autodefesa. Pois embora a comunidade não o ordene deve-se entender sempre que ela deseja defender-se individualmente  em lugar de cada cidadão, e até mesmo de um estrangeiro... assim, após  ter declarado que foi destituído de seu reino, é legal tratá-lo como um tirano real e, consequentemente, qualquer homem tem o direito de matá-lo.  (51)  

    Deve-se lembrar que Suarez e seus companheiros jesuítas viam o papa e/ ou o seu general como tendo o direito de declarar qualquer governante deposto do seu reino. Caso um chefe de governo antagonizasse ‘sua santidade’, um simples estalar de dedos criaria uma literal sessão de caça para o infeliz oficial (referido como ‘ministro de Deus’ em Romanos 13:4). Isso foi precisamente o que precipitou o ataque jesuíta no M assacre do Dia de São Bartolomeu. O Almirante Coligni e Henry de Navarre não apelaram ao papa, e, desse modo,  simplesmente externaram um ‘contrato’ sobre eles (agora se sabe porque a Máfia procede da Itália).  

    Intimamente relacionada com a Sedição vem o quinto estágio do círculo jesuíta – a Sedação. Quando se pensa no arranjo recíproco de dois conceitos, deve-se relembrar a antiga questão de ‘quem veio primeiro – o pinto ou o ovo? ‘  

    Aliviar a consciência de um membro da Igreja sediciosa é um dos meios mais vigorosos usados pelos jesuítas, a fim de perpetuar suas próprias atividades. Esse ministério aliviador tem sido executado através do confessionário.  Este círculo vicioso é visto quando a consciência recentemente sedada é, então, incitada a praticar mais Sedição, a qual precisa de mais Sedação. Newman declara:  

    Desde o princípio eles usaram ao máximo o confessionário como meio de dominar as almas de homens e mulheres e obter um conhecimento dos assuntos religiosos e políticos que servisse aos objetivos da Sociedade. Os filhos e filhas dos ricos e nobres eram buscados por todos os meios para ficar sob a sua influência, e para tanto, logo se tornaram seus confessores favoritos na corte imperial e, em muitas cortes reais da Europa. Era o seu objetivo constante tornar o seu sistema confessional tão atraente para os ricos e nobres, que sempre vinham procurá-lo espontaneamente. Para esse fim o seu sistema casuísta de teologia moral foi elaborado, no qual eles tinham meios de apaziguar as consciências de seus súditos, em todos os tipos de mal feitos.  (52) (N.T. Isso pode ser comprovado no conteúdo da Monita dos Jesuítas).  

    Com estes cinco passos colocados, os seguidores de Loyola já quase conseguiam ter o caminho aberto para fazer com que qualquer nação estivesse de volta ao rebanho papal. Restava apenas o último passo, o de “afiar as garras” através da Perseguição.  

    Após terem  moldado o governante à sua vontade e o transformado em instrumento subserviente de sua política eles sempre ficaram ao lado deste ditando as medidas a serem empregadas para a erradicação da heresia e completa reforma do seu reino, conforme o ideal jesuíta, e sempre estavam prontos, com total autoridade papal, a conduzir o seu trabalho inquisitorial.   (53)  

    Enquanto as facções protestantes ficavam enroscadas em disputas doutrinárias cada vez mais extensas, as ágeis tropas de Loyola empregavam o seu plano sêxtuplo com o maior sucesso, num país após o outro.  

    Em 1550 o jesuíta Lejay recebeu permissão do rei Ferdinando da Áustria para estabelecer um colégio jesuíta em Viena. Dentro de um ano, quinze agentes jesuítas já estavam perambulando pelos arredores do país. Dois anos mais tarde, Inácio instalou um colégio especial em Roma com o fim específico de treinar ‘missionários’ para a Alemanha. Em 1556, as universidades de Ingolstadt e Colônia eram dirigidas por professores jesuítas.  (54)  

    Também, em 1556, o rei da Boêmia cometeu o erro de abrir-lhes a porta e as escolas jesuítas logo foram fundadas em Praga, Tyrnau, Olmutz e Brünn. O trabalho jesuíta em Munique teve tanto sucesso que a cidade era chamada a ‘Roma Alemã’. (55)  

    Com dúzias de outros países invadidos (a Áustria, em 1550; a Suécia em 1568: a Polônia em 1569; a Bélgica em 1592, etc.) os números começaram a contar sua própria história. Em 1626 havia um total de quinze mil Jesuítas, 476 colégios e 36 seminários. Em 1750, os números haviam pulado para 22.000 membros, 669 colégios e 176 seminários, além de centenas de escolas menores.  (56). 

    Para dar uma excelente ilustração da obra destruidora forjada por onde quer que passe um Jesuíta, consideremos o caso do Massacre do Dia de São Bartolomeu, já mencionado. Em 1551, a rainha mãe, Catarina de Médici, permitiu que a Ordem estabelecesse uma ‘casa’ na esquina da rua Auvergne, conhecida como Billon. Logo a seguir, o Colégio de Clermont  foi estabelecido em Paris.  

    No dia 24/08/1572, vários milhares de huguenotes (cristãos franceses) chegaram a Paris para assistir o casamento do protestante Henry de Navarre (mais tarde o rei Henrique IV) com Margarete de Valois. Mais de dez mil desses súditos leais de Henry foram sobseqüentemente eliminados através de uma caçada noturna ordenada pelo católico Carlos IX, rei da França. Manschreck cita a Relação do Massacre por Dethou, conforme o relato de uma testemunha ocular:   

    As ruas ficaram cobertas de cadáveres, os rios tingidos, as portas e portões do palácio salpicados de sangue. Carroças levavam os cadáveres, homens, mulheres, moças e até mesmo crianças, para serem atirados no Sena... Spire Niquet, um pobre encadernador, arrimo de sete filhos, foi assado vagarosamente sobre uma fogueira de livros encontrados em sua casa e em seguida atirado quase morto, dentro da água. Na Rua San Martin, outra mulher prestes a dar à luz havia procurado refúgio no alto do telhado de sua casa. Após ter sido assassinada a mulher teve o seu bebê esmagado de encontro ao muro... uma garotinha foi banhada no sangue dos próprios pais e ameaçada com a mesma sorte, se algum dia se tornasse huguenote.  (57).

    Por instigação de Catarina quatro moedas diferentes foram cunhadas para comemorar o escabroso extermínio, a primeira delas com a efígie do Papa Gregório XIII. Dois anos depois, o lunático filho de Catarina faleceu, com apenas 24 anos, grunhindo em seu leito de morte: “Que banho de sangue, que assassinos! Que maligno conselho eu segui!,  meu Deus, perdoa-me... estou perdido.”  (58)  

    Com o crescimento do poder jesuíta os países da Europa se envolveram em constantes guerras religiosas.  

    No dia 11/10/1531, um exército católico de oito mil soldados esmagou a força menor de Zwinglio (1484-1531), que contava apenas 1.500, na Batalha de Capela. O corpo do reformador assassinado foi esquartejado e queimado numa pira de excrementos. (59)  

    Com a morte de Lutero, em 1546, seus descendentes espirituais foram confrontados com um catolicismo redivivo,  na Guerra Schmalkaldeana de 1547. Após sofrer uma derrota inicial, as forças protestantes se recuperaram com Maurice da Saxônia, cujo resultado foi o Tratado de Passau (1552), o qual assegurou temporariamente as liberdades luteranas.  (60).  

    As guerras huguenotes na França começaram em 1560 e prosseguiram intermitentes, até que finalmente a tolerância religiosa foi concedida através do Edito de Nantes, em 1598.  

    Em 1567, o notório Duque de Alva chegou à Holanda para suprimir a ‘heresia’, a serviço de Filipe II da Espanha. O banho de sangue dessa campanha foi tão rompante que uma casa cheia de cristãos holandeses em Roterdã foi poupada, quando um dos seus próprios habitantes criou um estratagema, assassinando um cabrito e salpicando de sangue a parte inferior das portas fechadas da rua.  

    Contudo, essas campanhas foram meras brincadeiras de criança quando comparadas à Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Executada principalmente na Alemanha, os antagonistas consistiam de vários príncipes alemães apoiados pelos poderes protestantes da Suécia, Dinamarca, França e Inglaterra contra a Casa Católica dos Habsburgo, a qual controlava, junto ao Sacro Império Romano, a Espanha, a Áustria, a Boêmia, a Hungria, a maior parte da Itália e a Holanda do Sul. A ubíqua ‘Conexão Jesuíta’ foi sumariada por Newman como segue:  

    A casa de Habsburgo em seu ramo austríaco, no final do século XVI, havia caído fortemente sob a influência dos Jesuítas. Como arquiduque da Stiria (a partir de 1596), Ferdinando, que como imperador iria desempenhar um papel tão importante na Guerra dos Trinta Anos, executou sem remorsos a política jesuíta, na qual fora educado desde a infância, proibindo a adoração protestante, banindo o clero protestante e colocando diante dos leigos protestantes a alternativa de conversão ou exílio.  (62)  

    Através desses anos de intolerância a consciência de Ferdinando foi salva pelo seu confessor jesuíta Viller (63).  

    Embora a histórica paz da Westfália, concluída em 1648, tenha sido essencialmente uma vitória do protestantismo, as perdas gerais relacionadas a esta guerra foram incalculáveis. Newman assim resume o holocausto induzido pelos jesuítas:  

    A extensão da destruição de vidas através da Guerra dos Trinta Anos não pode ser avaliada. Se levarmos em conta as multidões que pereceram de inanição e abandono, as centenas de milhares de mulheres e crianças que foram assassinadas nos saques e destruição de pequenas e grandes cidades, a temível perda de vidas envolvidas nesse acontecimento, no campo – seguindo-se as mortes causadas pela guerra – estas somariam muitos milhões. Na Boêmia, no início da guerra, havia uma população de dois milhões de habitantes, dos quais 80% eram protestantes. No final da guerra, havia 800 mil católicos e nenhum só protestante. Tomando a Alemanha e a Áustria juntas podemos afirmar seguramente que a população do país foi reduzida à metade, senão a dois terços. E as mortes foram em muitos casos o resultado de incontáveis sofrimentos, tão horríveis quanto se possam imaginar. Mesmo que as cidades não tivessem sido completamente destruídas, elas se tornaram apenas sombras do que haviam sido. Seus edifícios foram delapidados e um grande número deles ficou desocupado. Negócios de todos os tipos foram totalmente destruídos. A agricultura também sofreu muito. Os víveres quase desapareceram, os implementos agrícolas tornaram-se escassos e rudes. A desolação estava em toda a parte.  (64)  

    Contudo, devido à inevitável expansão da civilização ocidental, a cultura na Inglaterra emergiu cada vez mais ampla, apesar do objetivo principal da conquista jesuíta. Em 1569, o agente do Vaticano, William Allen, estabeleceu um colégio em Douai (então na parte holandesa espanhola) e, dez anos mais tarde, uma segunda escola em Roma para o treinamento de missionários jesuítas destinados à Grã Bretanha. Allan estabeleceu os seus objetivos de maneira apaixonada:  

Fizemos o nosso primeiro e avançado estudo... para instigar na mente dos católicos... o zelo e justa indignação contra os hereges. Isso fizemos colocando diante dos olhos dos estudantes a excelente majestade da liturgia da Igreja Católica no lugar em que vivemos. Ao mesmo tempo mostramos o deprimente contraste que reina no lar.  A desolação chocante de todas as coisas sagradas que lá existem... nossos amigos e patrícios, todos os nossos amados e incontáveis almas além desses, perecendo no cisma e na impiedade.  Cada prisão e cárcere completamente lotado, não de ladrões vilões, mas de sacerdotes e servos de Cristo, ora com nossos pais e patrícios.  Nada há, então, que não devamos sofrer, a não ser olhar para os males que afetam a nossa nação.  (65)  

    A captura de Douai pelas tropas calvinistas, em 1578, mandou o colégio jesuíta para o exílio em Reims, até 1593. Em 1585, um total de 268 graduados havia se infiltrado secretamente na Inglaterra (66). As personalidades de liderança nesse tempo eram os agentes Robert Parsons e Edmond Campion, que entraram no país em 1580, disfarçados como oficiais ingleses. O único evangelho que eles pregavam era a deposição de Elizabeth. Boehmer declara:  

    Então, sob diversos disfarces, eles se espalharam de condado em condado, das casa de campo até o castelo. À noite ouviam as confissões, de manhã pregavam e davam a comunhão e em seguida desapareciam, misteriosamente, do modo como haviam chegado (67).  

    Green acrescenta que entre os seus muitos disfarces eles usavam as ‘togas dos pastores do clero inglês.’ (68)  

    Calcula-se que eles tenham ganho vinte mil convertidos (69), um ano após terem chegado à Inglaterra. Contudo, sua literatura circulante, encorajando o assassinato de Elizabeth, levou sua missão na Inglaterra a um fim abrupto. Embora Passon tenha fugido para o continente o ‘padre Campion’ foi capturado e confinado à Torre de Londres, onde foi severamente ‘torturado’ para que falasse os nomes dos seus companheiros conspiradores. No dia seguinte, quando o carcereiro lhe indagou como se sentia, o exausto jesuíta respondeu ‘nada mal, pois nem tanto’. (70)  No dia 01/12/1581, ele e outros catorze traidores foram enforcados publicamente.  

    Em 1583, o Papa Gregório XIII formulou um plano para invadir a Inglaterra imediatamente, com três exércitos – da Irlanda, França e Espanha. Providencialmente, os agentes da rainha haviam descoberto o complô e medidas preventivas foram tomadas no sentido de adiar o ataque.  (71)

    Três anos mais tarde, outro Jesuíta, Jonh Ballard, foi preso por conspirar no sentido de levar Mary Stuart ao trono, através de um levante geral de católicos na Inglaterra. Ele e treze outros foram desmembrados e partidos ao meio (rasgados no tronco). (72) Sessenta e um padres e quarenta e nove leigos seriam enforcados por conspiração na Inglaterra, nos próximos quinze anos.  

    Com amigos desse tipo, Mary Stuart não precisava de inimigos. A intensa atividade dos Jesuítas eventualmente iria custar à futura rainha a sua cabeça, em 1587. Algumas semanas depois, antes da portentosa execução, o papa Sisto V havia destinado 600.000 coroas de ouro aos cofres militares do rei Philipe, no sentido de financiar uma invasão imediata à Inglaterra. Nas palavras do Cardeal Allen, “a rainha usurpadora, herege e prostituta da Grã Bretanha” deveria certamente ser deposta. (73). 

    Na manhã do dia 29/05/1588, mais de 27.000 marinheiros e soldados partiram do porto de Lisboa com 130 navios de guerra, levando uma carga média de 445 toneladas – a maior frota nos anais marítimos daquele tempo.  

    A destruição da religião protestante era considerada como uma missão espiritual intensiva. O slogan oficial da campanha era: “Exurge, domine, et vindica causam tuam” (Levanta, Senhor, e vindica a tua causa). (74) De fato, um “reavivamento” havia explodido durante os estágios finais da partida. Prostitutas foram expulsas, os jogos foram proibidos e a profanidade reduzida ao mínimo. Uma missa especial foi celebrada e por todos os homens a Eucaristia foi reverentemente recebida. Várias centenas de monges estavam entre os passageiros. (75)  

    No dia 19/07/1588, a vanguarda da invencível armada espanhola foi localizada. Apenas 34 navios de guerra e 58 navios que defendiam a Inglaterra, sob o comando de Charles Lord Howard, assistidos por Sir Francis Drake, haviam se preparado para destruí-la. O que aconteceu a seguir tem sido considerada como uma das mais admiráveis demonstrações da intervenção divina em todos os registros da história.  

    No ano anterior, Drake havia comandado um ataque de surpresa aos navios espanhóis no porto de Cadiz e descobrira, em primeira mão, o projeto de construção da armada. Tendo sido criado no lar de um ministro puritano o destemido “P. K.”, assegurou à sua rainha: Deus aumente as forças mais excelentes de Vossa Majestade, tanto no mar como na terra, diariamente... pois, eu penso com certeza, jamais houve uma força tão poderosa como a que está pronta ou se prepara contra Vossa Majestade e a verdadeira religião; mas... “o Senhor Todo Poderoso é mais forte e defenderá a verdade de sua Palavra.”  (76)  

    Desmembrado pelos menores navios britânicos o Almirante espanhol Medina-Sidônia escreveu, em desespero, no seu diário de bordo:  

    O inimigo me persegue; ele me atira fogo da manhã até à noite, porém não nos derrotará... Não há remédio, eles são rápidos e nós somos vagarosos.  (77)  

    Sustentando mais de 8.000 possibilidades, ao chegar à vigésima sétima, Medina-Sidônia havia tido prova suficiente. Contudo os mares do norte devorariam muitos milhares mais, ao longo da rota retirada da tempestade. Vinte e três navios foram esmagados na costa rochosa, somente na Irlanda. Cerca de 1.100 espanhóis afogados foram dar nas parias Sligo e os que conseguiram chegar vivos à praia tiveram suas gargantas cortadas pelos Kernes (a classe mais pobre da Irlanda).  

    Somente 51 navios, levando dez mil sobreviventes, conseguiram regressar à Espanha. Will Durant, educado pelos jesuítas, só pôde dizer que ‘os ventos favoreceram Elizabeth’ (78). Contudo, uma contagem total das perdas inglesas chegou a  60 homens e nenhum navio, chamando a atenção dos homens sábios para Aquele que ‘criou os ventos’ (Amós 4:13). Nem um simples buraco foi causado na armada inglesa.  

    Com a esmagadora derrota da armada, levando Filipe à desolação  (a ajuda de 60.000 coroas papais não haviam podido ajudá-lo),  um projeto mais importante dos Jesuítas iria emergir como último recurso e arma secreta do Vaticano.  

    A partir de então o sucesso do protestantismo inglês seria atribuído ao fato dele possuir a Palavra de Deus na língua pátria. Por isso, em 1582, Roma deu um tácito endosso ao adágio: ‘se não puder vencê-los, junte-se a eles’, ao preparar a sua própria versão inglesa do Novo Testamento, conforme entregue pelos eruditos jesuítas em Reims (O Velho Testamento foi completado em Douai e publicado em 1610).  

    Essa tendência ao pragmatismo momentâneo tem sido uma das feições mais marcantes da Ordem Jesuíta. Norman declara:  

    Como meio de ganhar de volta as comunidades protestantes para a fé católica eles deram a máxima atenção ao cultivo dos dons de pregar entre os membros e usaram cada esquema seguido pela adoração protestante, ou, de outro modo, a fim de popularizar os cultos das suas igrejas.  (79)  

    Neste ponto, é importante verificar que a nova Bíblia do papa não foi editada para ajudar os católicos, mas para destruir os cristãos. Todas os bons papistas ainda eram obrigados a aderir religiosamente à Profissão Tridentina de Fé (1564), a qual diz em parte:  

    Reconheço a Sagrada Escritura, conforme o sentido como a Santa Madre Igreja tem sustentado e sustenta, e a quem pertence decidir sobre o verdadeiro sentido da interpretação das Sagradas Escrituras, nem jamais receberei nem interpretarei a Escritura, exceto quando esteja de acordo com o consenso unânime dos padres.. (80)  

    Conforme declarado anteriormente, foi experiência deste autor passar 22 anos na Igreja Católica (incluindo 12 anos de escola paroquial), sem jamais ter lido um só verso da Bíblia oficial da Igreja.  

    A “Bíblia” Douais-Reims foi uma tradução da Vulgata Latina e, portanto, contém as inúmeras perversões da edição Vaticanus e Sinaíticos. Sendo a educação o seu forte, os Jesuítas procurariam, minar, daí para a frente, o estudo da Biblia livremente  pelas pessoas comuns. 

    Esse processo de escrutinar e preservar a Palavra de Deus ficou conhecido como ‘ciência da crítica textual’. Ao contrário da crença comum, a alta crítica não começou com os racionalistas alemães, mas com os padres jesuítas.  

    O primeiro erudito a empregar métodos científicos aos assim chamados problemas textuais e literais da Bíblia foi o padre católico chamado Richard Simon (1638-1712). O Dicionário Oxford declara que ele foi:   

    Erudito Bíblico. De 1662 a 1678, ele foi membro do Oratório Francês. Sua ‘História Crítica do Velho Testamento’ (1678), argumentando a partir da existência de registros duplos do mesmo incidente e variações de estilo, nega que Moisés tenha sido o autor do Pentateuco. Ele é geralmente considerado o fundador da “Crítica do Velho Testamento”.  

    Notem como os editores de Oxford omitiram completamente as credenciais católicas  de Simon. Pelo registro, Simon obteve os seus ‘insights’  do filósofo judeu, não cristão, Baruque Spinoza (1632-1677). A próxima personalidade ligada aos fundamentos católicos da crítica textual foi o Pe. Jean Mabillon (1632-1707). O Dicionário Oxford apresenta-o como ‘o marista (beneditino)  mais erudito e cheio de discernimento’ (83). Em resposta a uma controvérsia sobre a legitimidade de certos documentos da Igreja, Mabillon publicou a sua obra Latin Paleography in Official Documents.  

Outro beneditino, o Pe. Bernard Montfaucon (1655-1741) fez uma aplicação negativa das leis de Mabillon ao Textus Receptus, intitulada Paleographic Gracea, e publicou-a em Paris, em 1708.  O médico e teólogo católico, Jean Astruc, (1684-1766), foi o próximo crítico a entrar em cena e decidiu que dois homens diferentes haviam escrito o Pentateuco.  

    Em sua obra, Conjectures sur les Memoires Originaux (Conjecturas sobre as Memórias Originais), não parece ter sido Moisés o único compositor do Livro de Gênesis. Em 1753, Astruc mencionou que Gênesis fora composto com fragmentos de outros documentos.  (84)  

    Através desses anos turbulentos os Jesuítas fizeram novas incursões dentro dos mais altos escalões do governo. Em 1642, o pró-Vaticano, Charles I (1600-1649) mergulhou a nação numa guerra civil. Ele foi preso, julgado por traição e em 30/01/1649 foi decapitado pelo seu crime.  Charles II, fanaticamente católico, mandou desenterrar o corpo de Oliver Cromwell e decapitá-lo, em 1660. Tendo estabelecido solidamente a ciência da crítica textual, Roma passou o bastão aos velhos eruditos ortodoxos alemães do Século XVIII, já falecidos. O Dicionário Oxford diz a respeito de Johann Solomo Semler (1725-1791) o seguinte:  

... Ele foi um dos primeiros teólogos alemães a aplicar o método histórico- crítico para estudar a Bíblia., tendo chegado a  algumas conclusões novas e não ortodoxas.  (85)  

    A escola jesuíta especial em Roma, o Collegium Germanicum, fundada para o treinamento de ‘missionários’ destinados  à Alemanha, fez um trabalho muito bem feito. O Pe. Johann Adam Mohler (1796-1838), professor de História e Teologia em Tübingen e Munique (a Roma Alemã),  foi a força propulsora desse tempo. Pendendo para os mais destrutivos objetivos da mais alta crítica, um teólogo após outro foi começando a questionar a ‘exatidão científica’ da Bíblia Sagrada. Uma pequena lista desses liberais  poderia incluir os seguintes:  

Ferdinand Christian Baur (1792-1860).  

Wilhelm Martin Leberecht Dewette (1780-1849).  

Johann Gottfried Eichhorrn (1752-1827).  

Heinrich Georg August Ewald (1803-1875).  

Heinrich Friedrich Wilhelm Gesenius (1786-1842).  

Johann Gottfried Herder (1744-1803).  

Hermann Hupfeld (1796-1866).  

Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781).  

Johann David Michaelis (1717-1791).  

Herman Samuel Reimarus (1694-1768).  

Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher (1768-1834).  

David Friedrich Strauss (1808-1874).  

Julius Wellhausen (1844-1918).      

    No sentido de eliminar a narrativa bíblica da Criação, a primeira dupla do exército satânico constituída de Charles Darwin (1809-1882) e Thomas Huxley (1825-1893)  aterrizou para dar vida às teorias evolucionistas do Século IV, de Orígenes & Cia.  As obras de Darwin, A Orígem das Espécies (1859) e A Descendência do Homem (1871), e as obras de Huxley, Evidências Zoológicas Quanto ao Lugar do Homem na Natureza, (1863), e A Base Física da Vida (1868), propagaram a bobagem não científica referente à matéria e energia de que o universo é auto-existente e eterno. O conceito de que nada se cria é, sem dúvida, uma rejeição da primeira e segunda leis  da Termodinâmica.  

    Na ausência de um Ser Supremo, o único que pode exigir um código de absolutos morais, o homem pode entronizar a sua própria inteligência  como autoridade final.  A filosofia destrutiva  das situações éticas seria a conseqüência  natural dessa tolice.  

    Depois de eliminar a origem divina do homem, o próximo passo, logicamente, seria eliminar o seu meio de subsistência. Aí entra Karl Marx  (1813-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). Tendo em vista que Marx jamais trabalhou em sua vida, pelo menos um dia, suas arrogantes declarações de “Trabalhadores e Camponeses em União Mundial” soa muito falsa. Em verdade, como um estudante profissional e quase jornalista, Marx incorporava os dois grandes ramos do Comunismo, o qual viria propagar a subliteratura – Mídia e Universidade.  

    Baseando o seu Manifesto Comunista nos escritos de Darwin, Marx acreditava na abolição da propriedade privada (Platão), na abolição do casamento e da família (Platão) e na abolição do Estado de governo (Platão). A assim chamada igualdade na distribuição das riquezas advogada em “O Capital”, poderia ser reduzida à máxima de fundo de quintal – roube o que desejar (A República, de Platão). Alguns dos positivos resultados de sua economia revolucionária foram:  

O graduado Imposto de Renda.  

O controle de armas  

Educação compulsória  

Sociedade sem classes  

Bem estar geral  

    Mas também devemos mencionar a Rebelião de Taipé (1850), a Guerra da Criméia (1853), a Guerra Civil Americana (1861-1865), a Guerra Franco-Prussiana (1870) e duas dúzias de outros conflitos que antecederiam a II Guerra Mundial.  

    Alguém já disse que não se pode separar a origem animal da conduta animal e que a conduta animal deve ser controlada por um zoológico.  Então fica sem resposta a pergunta: E quem vai dirigir o zoológico? Parafraseando  uma das sentenças finais da “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell: “alguns animais são mais idênticos do que outros”.  

    A terceira linha de ataque foi centralizada nas assim chamadas universidades ‘cristãs’ da Inglaterra. Os culpados principais nesse empenho foram Edward Bouverie Pusey (1800-1882) e Frederick Denison Maurice (1805-1872). Pusey é culpado (junto com John Keble) de fechar os olhos  ao Movimento  Pró-Católico em Oxford (também conhecido como Tractarianismo), dentro da Igreja Anglicana. A partir de sua posição de Régio Professor de Hebraico em Oxford e de Cânon da Igreja de Cristo, Pusey procurou restaurar na alta constituição  da Igreja doutrinas tais como a da confissão auricular  e a transubstanciação. (86)  

    Frederick Maurice foi professor de teologia no King’s College, até ser demitido pela negação do inferno em seu “Ensinos Teológicos” (1853). Mais tarde ele foi “pescado” pela Universidade de Cambridge  e aí foi instalado como Professor-Assistente de Teologia Moral. Você ficou surpreso por ter uma universidade com a reputação de Cambridge se interessado por um apóstata juramentado como o Dr. Maurice? Pois não deveria. Décadas de infiltração jesuíta haviam tornado isso possível.  

    Uma das mais conhecidas crias dos Jesuítas nesse período foi o Cardeal John Henry Newman (1801-1890). Seus seguidores, como Frederick William  Faber (1814-1863), haviam rotulado as pregações de companheiros ingleses, como Booth, Whitefield e Wesley, como ‘heresia detestável e diabólica’. Sem dúvida, sua influência também se espalhou na política inglesa. O Ato de Emancipação de 1829 havia tornado legal a eleição de católicos romanos ao Parlamento Inglês. Após anos de difusão da propaganda pró-Vaticano dentro da Igreja Anglicana, esse professor de Oxford, finalmente, ‘mudou de barco’ e foi-se para Roma, onde lhe foi concedido o chapéu cardinalício, em 1879. A parte triste dessa história é que, depois de um ano da sua saída, mais de 150 clérigos e leigos também foram se juntar a ele.  

    Nesse tempo, a crítica textual destrutiva já estava em toda parte, permeando a Inglaterra inteira com a pergunta; Será que Deus disse?  

    John William Colenso (1814-1883), bispo de Natal, questionou abertamente a autoridade do Pentateuco e de Josué.  Ele era um erudito, na Igreja Livre de Aberdeen, Escócia. Depois de lhe mostrarem a porta da rua pelos seus artigos na nona edição da Enciclopédia Britânica, que repudiavam a doutrina da Inspiração, ele também foi absorvido por Cambridge. Colenso também advogou a posição herética de J. Williamsen sobre o Pentateuco..  (88)  

    Samuel Rolles Driver (1846-1914) foi Professor Regente de Hebraico em Oxford. Suas credenciais intelectuais levaram muitos a questionar que Moisés fosse o autor de  Deuteronômio. (89)  

    Benjamin Jowett (1817-1893) era professor no Balliol College, também em Oxford. Seu ensaio “A Interpretação da Escritura” em “Ensaios e Revistas” desencadeou uma tempestade de controvérsias  no meio dos ortodoxos de Oxford. Dizem que o seu legado mais importante foi a tradução de Platão, em 1871. (90)  

    Rowland Williams (1817-1870) foi um notório Anglicano Divino, perseguido por sua heterodoxia em seus artigos sobre a crítica da Bíblia, em Ensaios e Revistas. Sentenciado pela Corte de Arches a um ano de suspensão, a sentença foi mais tarde anulada pelo Comité Pró-Jesuíta do Concelho Privado, em 1864. (91)  

    Henry Perry Liddon (1829-1890) era Cânon na Catedral de São Paulo,  Deão na Irlanda e professor de Exegese em Oxford. Como ostensivo aprovador do Tractarianismo, ele passou 1/4 de século promovendo os dogmas católicos  dentro da Igreja Anglicana. Sua intensa admiração por Pusey levou-o a escrever a biografia deste. (92) 

    Entre as muitas centenas de protestantes ingleses  que se voltaram para Roma, através de Wiseman, as três ‘conversões’ mais injuriosas foram as do Primeiro Ministro, William Galdstone (1809-1898), do Arcebispo Richard Chenevix Trentch (1807-1886) e do já mencionado, Cardeal Newman.  

    Poderíamos, sem dúvida,  acrescentar muitos outros a essa lista, mas basta dizer que a Sociedade de Jesus estava viva e forte dentro do que havia sido o mais forte bastião da ortodoxia inglesa. Em vez de buscar a direção Divina, esses traidores de Cristo foram buscar os seguimentos do Vaticano.  

    Para ficarmos mais familiarizados com a apostasia dentro da Igreja Anglicana, precisamos entender o que se passava nas mentes das forças que exigiram e participaram do Comitê de Revisão, de 1871 a 1881. Homens como o Arcebispo de Trentch e outros simpatizantes de Wiseman, laboraram durante uma década  para substituir a leitura da Bíblia  pela leitura da versão Douai-Reims dos Jesuítas.  

    De fato, a Universidade de Cambridge havia ido tão longe  no tempo do Comitê de Revisão, que seguiu a liderança de Karl Marx, o qual havia dedicado seu ‘O Capital’ a Charles Darwin, quando conferiu ao naturalista não salvo o grau de Doutor Honoris Causa.. (94)  

    Agora o leitor certamente já se conscientizou da influência jesuíta na América,   principalmente em seus centros de ‘erudição conservadora cristã’.  Acrescento a visão crítica do Dr. Norman Geisler, que rejeita Marcos 16:9-20. Além de co-autor, com William Nix, de “Uma Introdução Geral à Bíblia”, o Dr. Geisler também tem ensinado Teologia Sistemática no prestigiado Seminário Teológico de Dallas, bem como na Universidade Liberdade. Obviamente, a preferência deste erudito ‘protestante’ pelo texto católico reflete a sua fixação pelo Vaticano. Talvez pelo fato de ter ele se esforçado em seu treinamento evangélico no sentido de merecer o seu PhD da Universidade Loyola, uma das principais escolas jesuítas da América, possa indicar a causa dessa predileção (95).  Decida por você  mesmo!”  

             Enquanto certos pastores ‘evangélicos’ ficam inventando modismos, a fim de  atrair membros para as suas igrejas, com o objetivo de receber o máximo possível em dízimos e ofertas, os inimigos da Bíblia ficam engendrando falsificações. 

         Numa época em que os protestantes se unem aos católicos em campanhas tipo a da “Fraternidade” e outras, não é de estranhar que a apostasia comece a reinar dentro do rebanho de Cristo e logo, logo, teremos uma Igreja Mundial operando com toda força.  Ora, vem Senhor Jesus! 

Tradução e adaptação do Cap. 13 do livro “Final Authority”, do Dr. William P. Grady.

 

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